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14 de jan. de 2013

O Diário De Julieta Segundo Capitulo



Entreguei minha passagem para uma mulher encarregada de recolher e logo a aeromoça me ajudou a localizar a minha devida poltrona dentro do avião. Dessa vez a minha irmã não iria ao meu lado com o seu pensamento positivo em relação ao nosso futuro no Canadá. Agora sim eu poderia relaxar sem escutar vozes ao meu lado, pois pelo jeito o meu companheiro oculto de viagem não existia. Afinal o avião já estava pra decolar e ninguém se sentou ao meu lado.
Como o vôo tava atrasado e as pessoas ficavam aguardando a decolagem resolvi tirar meu diário da bolsa que se encontrava no bagageiro. Como minha bolsa tem tanta coisa foi difícil detectar o pobre diário lá dentro. Acabei encontrando meu ipod, o livro “A Última Canção” e por fim o meu querido diário... o meu companheiro para os bons e maus momentos.
Enquanto vasculhava meus pertences escuto vozes ao meu redor e sinto um cheiro de um perfume masculino irresistível e um tanto conhecido. Simplesmente ignoro, sento perto da janela e penso que devo estar louca, os motivos para isso não são poucos.
Percebo um vulto se sentando ao meu lado.. legal tenho companhia. Espero que não tenha que falar sobre o clima com ela e que ela não ronca a viagem toda. Ignoro novamente o ser ao meu lado e abro o meu diário pronto para desabafar sobre meus últimos acontecimentos, um tanto irritantes e desastrosos, enquanto escuto a música “Broken-Hearted Girl”, na versão ao vivo, do novo álbum “I Am... World Tour”.
A caneta percorre depressa a folha do meu diário sobre o meu colo. Olho para o chão, seria difícil não reparar no tênis supra roxo que fez até com que eu piscasse pela cor forte que invadia meus olhos. Viro para o lado e vejo aquele ser com cabelo de um tom único e também com lábios, pele e olhos únicos. Ao perceber que o observava ele dá um risinho, também único, e diz:
– Só podia ser você mesmo para impedir que eu sentasse perto da janela.
– Você? – eu disse com uma voz de espanto e descontentamento
– Quem mais podia ser? O Michael Jackson? Ele está morto, esqueceu? - ele diz para mim, ainda rindo
– Pois eu preferia que fosse o fantasma dele ao meu lado do que você, o idiota da cafeteria. – sorri debochado
– Então estamos quites, pois ao meu lado está a doida desastrada da cafeteria. - ele disse dando o troco e se divertindo com a situação. Depois completou com – Sou Justin. Você é... ?
– A doida desastrada da cafeteria que fez você engolir o guardanapo. Quer saber... simplesmente finja que não existo. – respondi e resolvi encarar meu diário voltando aos meus antigos pensamentos.
–Vai ser difícil. – ele sussurrou
Depois de um tempo, acabei caindo no sono. Acordo assustada ao escutar a Hayley Williams cantando “That's what you get when you let your heart win. Woah!”.Quase estourei meu tímpano por causa do volume exagerado que estava o ipod.
Do meu lado encontrei apenas meu diário aberto sobre a poltrona em que o tal... Justin deveria estar sentado. Suspiro aliviada por saber que ele já se foi e que já aviamos pousado ao ver a aeromoça acordando os passageiros dorminhocos, assim como eu, ainda presentes no avião. Pego o diário, minha bagagem e vou ao encontro da minha família.
O caminho até a nova casa até que foi rápido, desço do carro e encaro a fachada. Quando entro vejo que a mudança já tinha sido realizada anteriormente, então a mobília estava nos seus devidos lugares. Subo em busca do meu quarto.
A vista era perfeita, de frente para uma praça com flores, lagos e no centro um gazebo ainda conservado, mas que me lembrava o período colonial. A neve caia delicadamente e se acumulava na minha sacada.
Saí de um país tropical para um todo congelado. Eu de cabelos negros, olhos castanhos e pele bronzeada em uma cidade onde a maioria das pessoas eram branquinhas, loiras e de olhos claros. Pensar em tudo isso me fez rir.
– Gostou do quarto? – meu pai, Adan, perguntou ao abrir a porta.
– Perfeito. – sorri de forma sincera
–Sabíamos que iria gostar, afinal é sua cara e tem bastante espaço. – ele falou
– É.. eu sei que sou um pouco espaçosa – confessei
–Um pouco? – ele perguntou de forma irônica e brincalhona
– Sim senhor ADAN apenas um pouquinho. Você não quer que eu também aponte um defeito seu né?! Como por exemplo... os seus gritos de comemoração quando seu time faz gol, cesta ou sei lá. Só sei que o eco faz até balançar as paredes da sala.- disse também brincando e rindo
–Ok. Ponto pra você.- ele riu – Aaa só pra avisar, não estamos de férias. Então as suas aulas já começam amanhã. Eu e sua mãe já fizemos a matrícula quando viemos pra cá mobiliar a casa.
–Está bem... sabia que ia vir um bomba. – eu disse enquanto ele já descia a escada do hall.
Pego a minha bolsa e jogo tudo o que tinha dentro dela em cima da cama. O visor do meu celular marcava 5 ligações perdidas, 2 mensagens e 1 correio de voz. Pensei: só pode ser a Emily.
Fui tomar um banho pra relaxar o corpo. Ainda de roupão resolvi deitar na cama, mandar uma mensagem para minha amiga Emily avisando que cheguei, que estava tudo bem e que sentia saudades. Larguei o celular e peguei o diário a fim de terminar de escrever. Abro na página em que tinha parado e vejo um papel escrito com uma caligrafia itálica:
Você tem uma letra linda!
\t Justin
Era só o que me restava... aquele menino leu meu diário.
Espero que gostem :) com 4 comentarios continuo :) 

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